23 out 2020
IPOs estão em alta, mesmo durante a pandemia
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IPO é o primeiro passo que uma empresa dá para estar disponível no mercado de ações

Uma das iniciativas mais acompanhadas pelo mercado financeiro ao longo dos últimos meses tem sido os IPOs. São eles que marcam a estreia de uma companhia na Bolsa de Valores.

As incertezas trazidas pela pandemia desaceleraram essa prática no começo de 2020, na esteira do impacto geral na economia. Agora, porém, o cenário já se desenha de forma diferente. Confira a seguir mais detalhes sobre o universo dos IPOs!

 

O que exatamente é IPO?

IPO, em inglês, é a sigla para “Initial Public Offering”, ou seja, “oferta pública inicial”. O termo se refere ao primeiro passo que uma empresa dá para se tornar uma companhia de capital aberto e disponível no mercado de ações. Dessa forma, ela se torna uma S.A (Sociedade Anônima) com papeis negociados na Bolsa de Valores.

As empresas usualmente fazem um IPO quando alcançam um estágio de maturidade em seus negócios. No Brasil, essas operações costumam ser bem expressivas, atingindo a cifra de milhões de reais.

Ao abrir o capital, a empresa disponibiliza suas ações para novos acionistas via Bolsa de Valores. Ao mesmo tempo, quem já é acionista da companhia também pode passar a vender a sua participação em bolsa.

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Quais são as principais vantagens e as desvantagens do IPO para as empresas?

Como toda prática do mercado financeiro, o IPO tem suas vantagens e desvantagens para as empresas. Veja algumas considerações nesse sentido apontadas por Eduardo Frederico Willrich, gerente de Relações com Investidores da Marcopolo.

– Vantagens: Entre as principais vantagens, a abertura de capital abre um acesso a capital novo, que pode ser utilizado pela empresa para expandir organicamente, modernizar-se ou realizar aquisições, por exemplo. O IPO é uma fonte de recursos para a companhia em troca do ingresso de novos acionistas. A pessoa que comprar essas ações poderá se beneficiar em caso de valorização das ações e também receberá dividendos da empresa, caso a empresa seja lucrativa.

– Desvantagens: Entre as desvantagens, está a diluição dos acionistas atuais. Eventualmente, a depender da estrutura de governança e controle, as decisões também deverão ser compartilhadas com os novos acionistas. A empresa que abre seu capital passa a divulgar seus balanços trimestralmente e acabará divulgando informações relevantes a concorrentes. Há custos adicionais, como taxas de fiscalização da CVM, despesas adicionais com auditoria independente e com a própria bolsa.

 

E para quem compra as ações dessas empresas? Investir em IPO é vantajoso?

Esse fator depende da performance da companhia. Se ela atuar bem e entregar resultados crescentes, o investidor vai se beneficiar de duas formas: ou via dividendos, ou então com a venda da ação por um valor superior a que comprou quando existir a valorização.

 

Para uma empresa, qual é o passo a passo do IPO?

O IPO é um processo complexo e que envolve muitas mudanças. Realizar esse passo não é algo que possa ser feito de uma hora para outra. Veja a seguir as principais etapas citadas pelo Infomoney – portal que reúne uma série de informações sobre o mercado financeiro:

Planejamento e auditoria – Essa etapa costuma ser a mais longa do processo. Geralmente um IPO pode levar de oito meses a três anos até acontecer, segundo cálculos de consultorias como a PWC, que atuam em operações do tipo. O que normalmente alonga o processo é a auditoria das finanças da empresa. Para abrir o capital, a legislação exige que a empresa apresente três anos de balanços auditados. Se a companhia já tinha por hábito auditar seus resultados, essa etapa fica mais tranquila.

Também na fase de planejamento, a companhia e seus assessores financeiros definem todas as características da operação. Exemplos de fatores que precisam ser determinados nessa etapa:  volume de recursos que serão captados, composição das ações que serão oferecidas ao mercado e valoração da companhia.

Roadshow – São chamadas dessa forma as reuniões de apresentação da empresa e da oferta para o mercado. Esses encontros são realizados pelas instituições financeiras que assessoram a operação. As reuniões costumam ser com analistas financeiros, corretoras e potenciais investidores. Eles têm a função de despertar o interesse de grandes investidores a participar do negócio.

Registro e listagem – Um dos procedimentos burocráticos para realizar um IPO é solicitar o registro de companhia aberta junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade que regula o mercado de capitais. Além disso, as empresas solicitam autorização para realizar uma venda de suas ações ao público. Ao mesmo tempo, a empresa também precisa solicitar a sua listagem na B3, a bolsa brasileira.

Prospecto – O prospecto é o documento mais importante de um IPO. Muitas vezes ele tem centenas de páginas. Isso porque a proposta é que ele apresente informações essenciais para que o investidor entenda a companhia que está abrindo o capital, de modo que possa tomar uma decisão de investimento bem embasada.

Período de reserva e bookbuilding – Grandes investidores costumam demonstrar seu interesse por participar de um IPO durante os roadshows. Para os investidores não institucionais (pessoas físicas, por exemplo), porém, as ofertas preveem um período de reserva, que é um prazo de alguns dias em que eles podem enviar seus pedidos, indicando quantas ações da nova empresa gostariam de adquirir. Isso é feito por meio das corretoras de valores que foram cadastradas para participar do procedimento. Uma outra etapa importante de um IPO é o bookbuilding, mecanismo que considera a quantidade de ações que os investidores institucionais indicaram que querem comprar para estabelecer o preço a que os papéis serão efetivamente lançados.

Dia D: a estreia na Bolsa – O Dia D representa a data em que as ações da nova empresa efetivamente começarão a ser negociadas no pregão. O desempenho dos papeis nesse dia costuma ser acompanhado de perto pelos investidores, porque é um indicativo de como o mercado recebeu a operação.

 

Com a pandemia, como está o cenário atual dos IPOs no Brasil?

Apesar do cenário de pandemia, existe um movimento muito forte de abertura de capital. No começo do ano, portais chegaram a noticiar um travamento nesse sentido, como ocorreu na economia como um todo. Mas atualmente o cenário é outro.

Conforme Eduardo Frederico Willrich, gerente de Relações com Investidores da Marcopolo, várias empresas brasileiras estão indo à Bolsa de Valores. “Esse movimento está realmente acelerado. Muitos pedidos estão em análise na CVM e aguardam uma janela de oportunidade que, mesmo com a pandemia, não se fechou”, destaca Willrich.

Entre as razões do aumento no número de IPOs está a queda na taxa de juros no Brasil. “A pandemia, claro, afeta a economia negativamente. Mas ao mesmo tempo, acabou contribuindo para a queda mais acelerada de juros e busca por estímulos diversos. Na medida que a taxa de juros cedeu, muitos investidores foram procurar opções de investimento mais rentáveis e a Bolsa de Valores se apresentou como uma alternativa. Isso faz com que o fluxo de recursos aumente e gere oportunidades para as empresas abrirem seu capital”, explica Willrich.

Mas o número de IPOs deve se manter? O gerente de Relações com Investidores da Marcopolo explica que o histórico de IPOs no Brasil tem seus altos e baixos. “Tudo vai depender da sustentabilidade do sistema. Já vimos em momentos anteriores um grande número de empresas irem à Bolsa para, nos anos subsequentes, novas ofertas minguarem. Uma grande questão é quão consistente será o processo de permanência do juro em patamares históricos baixos. Os diversos tipos de investidores terão tempo para se acostumarem à cultura da renda variável no país ou retornarão para a renda fixa?”, questiona.

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